Principiei a tirar espinhos de Jesus
É sempre a minha
cruz. Neste conjunto de sofrimentos, o meu calvário com o de Jesus, o coração
oprimido com o peso esmagador da dor abafava, não resistia.
— Poderei
vencer, Jesus? Resistirei a tanto? Só convosco. Valei-me, tenho medo.
Sentia tanto o
meu abandono e o de Jesus! O meu corpo sangrava, dava as últimas gotas de
sangue. Ele veio.
— Amo-te
tanto, minha filha! Assemelhei-te a mim e o teu calvário ao meu. Tem coragem.
Os espinhos que te ferem foram os meus. As varas que te açoitam e despedaçam
foram as minhas. Os maus-tratos e as cordas que te prendem eram minhas, e a
cruz minha foi também. Foi o amor a causa dos espinhos, dos açoites, da cruz,
do calvário e da morte. Prendeu-me o amor à cruz, prendeu-me ainda nos
sacrários até ao fim dos séculos. E tu, minha pomba bela, à minha semelhança
presa foste também; prendeu-te o amor ao meu Divino Coração, prendeu-te o amor
às almas. Deixa-te ferir, minha amada; cada espinho que te fere sai um dia da
minha sagrada cabeça e do meu Divino Coração. Vês como tenho tantos!
Jesus
apresentou-me a Sua sagrada cabeça e o Seu Coração Divino. Que grande sebe
agudíssima o feria! Enterneci-me tanto por Jesus e disse-Lhe:
— Aceito
tudo o que seja dor, mas quero tirar de Vós todos esses espinhos e não deixar
sinal algum de ferimento.
Principiei a
tirar espinhos de Jesus que tinha ao meu dispor. Em poucos instantes
desapareceram todos, e nem a sagrada cabeça nem o Coração Divino ficaram
chagados, nem com sinal de sangue. Tudo desapareceu. (Alexandrina Maria da
Costa: 18-05-1945)
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