Parecia-me não ser sonho
Quantas vezes a
este fogo vem juntar-se a grande confusão, o grande martírio de não resistir
aos ardores de tal fogo sem panos de água fria. Sofro ao ver-me rodeada das
pessoas e ter de manifestar e dar a conhecer este fogo que me abrasa. Confio,
se o meu Jesus me der força, a tudo resisto e com a Sua graça escondo. Muitas
vezes, durante as noites, tenho visto Jesus, a Mãezinha e S. José. Jesus não
aparece sempre duma forma. Raras vezes o tenho dito, porque só o fazia quando
tinha a certeza de que não era sonho; de contrário, calava-me e nada dizia, com
receio de não dizer a verdade. Nesta noite, vi Jesus muito brilhante, cheio de
luz, mas com a Sua santíssima cabeça cercada com uma coroa de agudíssimos
espinhos. Parecia-me não ser sonho e, na dúvida de ser ou não, pensava não
dizer nada, deixar oculto. No decorrer da manhã, estava sozinha, unida a Jesus
a fazer as minhas orações. Veio o demónio, raivoso, malicioso, com ameaças
apavoradoras. Enquanto podia, ofereci-me logo a Jesus e à Mãezinha em favor das
almas. Que receio tão grande de pecar, estava cheia de medo. Ele dizia-me
coisas feias e que desconheço. Parecia-me estar entregue aos maiores prazeres,
aos maiores crimes. (Alexandrina Maria da Costa: 3 de
Abril de 1945).
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