À beira dela, a Mãezinha das Dores
— Ó meu
Deus, quem poderá resistir a tanta dor?
De repente, vi à
minha frente, junto de mim, uma enorme cruz levantada. E ao pé dela, sentada, a
Mãezinha das Dores. Que bela, que bela Ela era! Fitei-A sem nada Lhe dizer, não
podia falar. O seu santíssimo Coração, cheio de setas, fez-me esquecer a minha
dor. Não falei eu, mas falou Ela.
— Minha
filha, tem coragem; esta cruz é tua. Eu estou sempre junta a ti, para te
auxiliar, como junto estive à cruz do meu Jesus.
Dito isto,
desapareceu rapidamente a linda visão. Tão grande madeiro não me atemorizou com
a vista da Mãezinha. Serenou a tempestade do meu sofrimento, e adormeci por um
pouco. Ao despertar, logo me aterrou o pensamento de ser sexta-feira. O coração
abafado e oprimido pela dor cobriu-se de luto.
— Aceito, ó
meu Deus, a minha cruz. (Alexandrina Maria da Costa: 25 de Maio de 1945).
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