Que grande é a minha ignorância!
Sinto a
necessidade de desabafar, falar da dor, não porque queira queixar-me, porque
isso não quero fazer e quero a todo o custo encobri-la, mas não sei porquê, não
sei o que me leva a falar dela. É talvez a minha pobre natureza; sou talvez eu
por não saber sofrer, que sinto a necessidade de dizer que sofro. Ah! A minha
dor é tão grande! Ela cobre o mundo, ela vai ao encontro de Jesus, vai tocar e
ferir o seu divino Coração. Que grandeza a da minha dor! Eu não posso consentir
que ela vá ferir o Coração do meu Senhor. Ela sai de mim, de dentro do meu
peito como o maior rio que nunca seca e nunca cessa de encher o mar. Meu Deus,
como eu sofro por Vos sentir sofrer! Meu Deus, como eu sofro por ver e sentir este
rio caudaloso a sair do meu peito e a ir ferir o Vosso divino Coração,
produzindo nele um ar infinito de dor. Se os Anjos ou os Santos falassem por
mim! Só eles saberiam exprimir-se. Eu não sei, Senhor, eu não sei. Que grande,
que grande, que nunca dita é a minha ignorância! (Alexandrina
Maria da Costa: S. 22 de Maio de 1953)
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