– Querem flores, mas sem espinhos
– O Meu
Divino Coração é amor, amor, só amor para com os homens. A retribuição destes é
de ingratidão, maldades e crimes. Sou amor e amor venho pedir. Sou amor que
consome e na mesma intensidade quero ser consumido. Como a borboleta louca ao
redor da chama, anda o Meu coração ao redor, a bater à porta dos corações. A
borboleta ama tanto, tanto, chega a consumir-se, a dar a vida. Eu amo mais,
muito mais, infinitamente mais. E, por não serem abertas as portas dos
corações, por não Me darem lugar em suas moradas, sofro, sofro tanto! Se não
fosse Deus, morreria de dor. Uns recusam-Me, porque estão pervertidos; as suas
consciências calejadas rejeitam-Me por completo; outros não Me atendem ainda,
porque querem continuar nas suas paixões desordenadas. O inferno, o inferno,
está aberto para eles. Outros recusam-me, porque não Me conhecem. Ainda mais
outros não Me dão entrada, porque não querem sofrer. Querem flores, mas sem
espinhos. Querem alegrias sem serem intercaladas pelas tristezas. Eu sou Jesus
e como Jesus venho pedir-vos, venho mendigar; escutai e atendei a este mendigo
divino. Venho a tiritar de frio, quero aquecer-Me nos vossos corações. Dai-Me
amor, fazei com que Eu seja amado. Minha filha, minha filha, Jesus está no teu
coração, à sombra de arbustos floridos. Jesus está no teu coração, com o
jardineiro cuidadoso, cuidando e deliciando-Se com as flores. Aqui estou bem,
aqui estou bem. Eu não Me delicio na tua dor, delicio-Me no fruto do teu
sofrimento. Eu não quero fazer-te sofrer, mas quero salvar os filhos Meus.
Dá-Me, dá-Me a tua dor. Deixa que eu faça de todo o teu ser uma bolinha dorida,
uma bolinha ferida, em cada momento do dia e da noite. Já que te deste a Mim,
com toda a generosidade e com todo o heroísmo, deixas de sofrer enquanto
estiveres na terra, quando o homem deixar de pecar.
– Está bem,
meu Jesus, está bem. Tudo o que fazeis é bem feito e é por amor. Vós sois o Senhor,
e eu uma criatura Vossa. Vós sois tudo, e eu sou nada. Mas, ó meu doce Amor,
tudo Vos entrego e aceito e estreito ao meu pobre coração. Entrego-Vos todo o
meu viver, aceito toda a dor que me dais. Aceito-a, abraço-a só por Vosso Amor.
Vede, Jesus, que não tenho nenhuma força para sofrer. Conto convosco, é de Vós
que espero toda a graça.
– Vem, vem
então receber a gota do Meu Divino Sangue. O Coração Divino de Jesus, unido ao
da Sua vítima, formou um só coração. A gotinha do sangue correu. Levou para ti
a vida, a ida divina, a graça divina, o amor divino. És forte, nada temas; tens
contigo a força divina. Onde está a vida divina, está a verdadeira vida. Onde
está o poder supremo, está a vitória e o triunfo de todas as coisas. Fica na
cruz, minha filha. O mundo louco, o mundo perverso, desafia, desafia a justiça
de Meu pai. Fica na cruz, o mundo louco, o mundo desvairado, não é salvo sem a
tua imolação, sem a tua reparação. Não quero queixar-Me mais, por hoje, para
não ficares em maior dor. Coragem, coragem. Alegra o teu Jesus.
– Obrigada,
obrigada, meu Amor. (Sentimentos da alma: 2 de Maio de 1952
– Sexta-feira
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