O Seu santíssimo Coração estalava
— Que fazer
a isto, meu Jesus? O que posso fazer para que o mundo inteiro se purifique,
arda e só viva o Vosso amor divino?
Com estas ânsias
saí da prisão, percorri muitos caminhos, abraçando fortemente a minha cruz;
amava com todo o amor os espinhos que toda a minha cabeça cercavam. Do capacete
de espinhos saía um capacete de sangue, corria pelo meu corpo, regava a terra.
Sentia que a Mãezinha andava louca à minha procura, ou melhor, à procura do Seu
Jesus. Rompia por entre as multidões a ver onde O poderia encontrar. O Seu
santíssimo Coração estalava, desfazia-se em dor e fazia estalar e desfazer O de
Jesus. Em momentos deste sofrimento, veio o demónio aumentá-lo ainda mais.
Atormentou-me ao máximo.
— Ao prazer
vais tu; pecar, pecas sem remédio. Deus não existe, porque, se Ele existisse,
salvação não tinhas: tal é a maldade dos teus actos. Serve-me, adora-me,
prostra-te diante de mim.
Eu parecia-me
dizer: “não quero Jesus, não quero a Mãezinha”.
Que aflição a
minha! Consegui dizer muitas vezes: “Jesus, Jesus, não quero pecar”. Quando eu
dizia isto, parecia-me já ter pecado e muito gravemente. Senti a dor de que já
muitas vezes tenho falado. Parece-me que esta dor não pode ser humana, tal é a
sua agudeza; parece tirar a vida. Será a dor que causamos a Jesus com as nossas
maldades? Jesus veio dar-me a vida, perdida por essa dor.
— Coragem,
minha filha, coragem, minha esposa, coragem, minha vítima. Não pecaste, não
pecaste. É o teu calvário. São os demónios os teus algozes, são eles que te
açoitam e crucificam. Sofre por meu amor, sofre pelas almas. Une a tua dor à
minha e à da minha Bendita Mãe. A dor dela é a minha, a tua é a reparação dos
filhos meus. (Alexandrina Maria da Costa: 06-04-1945)
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