domingo, maio 16, 2021

CRIEI-TE PARA ESTA VIDA

Criei-te para a missão mais sublime


― Criei-te para esta vida, para a salvação das almas, para a missão mais sublime. Eu encontrei em ti, na mais tenra idade, o que não encontro nas outras criaturas. Digo-te, não para elogio, porque sem Mim nada podes, mas sim para tua força e conforto. Tem coragem! Tu serás para o mundo uma nova arca de Noé. Tu serás para toda a humanidade o sol, que a ilumina. Coragem, Minha redentora, Minha crucificada. O teu amor, o teu sofrimento é a arca de salvação. Confia, confia; são tuas as almas. Vou dar-te com a gota do Meu Divino sangue uma efusão do meu amor, sabes para quê? Para o dares, para o distribuíres; e para que em teus olhares e vida transpareça tudo o que é celestial. Desce o Céu a assistir.

Um bando de Anjos mais bastos que a chuva miudinha desceram, a baterem as asas, cheios de luz. Mais atrás, um bando sem número de pombas brancas. Por último desceu a Mãezinha, coroada de rainha, num grande trono; colocou-se à minha frente; senti como se o meu peito fosse aberto, e a Mãezinha colocou no meu coração as Suas Santíssimas mãos. Do coração divino de Jesus saiu para o meu, fogo, muito fogo; e por último a gotinha de sangue. Com este calor ardente e o sangue de Jesus, o coração dilatou-se, fiquei sem poder respirar. A Mãezinha fazia do coração uma bola que ela acariciava; com estas carícias e beijos, que ela me dava, aguentei o amor de Jesus.

― Minha filha, coragem, coragem ― disse-me Ela.

O peito cerrou e a Mãezinha com os Anjos e o bando das pombas brancas principiou a subir. Ao vê-La partir, disse-lhe:

― Muito obrigada, Mãezinha; levai-me convosco para o Céu.

― Espera, Minha filha, mais um pouco; tem coragem! Depressa virás para a tua Pátria. (Alexandrina Maria da Costa: 16-05-1947)

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