quinta-feira, maio 13, 2021

DESEJOS DE SER CURADA

Alexandrina deseja ir a Fátima


– Como me falassem dos milagres de Fátima e sabendo eu, em 1928, que várias pessoas iam à Cova da Iria, nasceram em mim desejos de ir também. O médico assistente e o meu pároco não me deixaram, dizendo que era impossível ir tão longe, se eu mal consentia que me tocassem na cama. O Sr. Abade dizia-me que pedisse daqui a acura e que, depois, iria a Nossa Senhora de Fátima agradecer tão grande graça. O médico prometeu passar o atestado se o milagre se desse.

Nesse ano, o Sr. Abade foi a Fátima e perguntou-me o que queria de lá. Pedi-lhe que me trouxesse uma medalha, mas ele ofereceu-me um terço, uma medalha, o «Manual de Peregrino» e alguma água de Fátima. Sua Reverência aconselhou-me a fazer uma novena a Nossa Senhora e a beber água de Fátima com o fim de ser curada. Não fiz uma, mas muitas. Cantava muito e dizia às pessoas vizinhas que me visitavam: se um dia me vissem pelo caminho e me ouvissem cantar, era eu que ia agradecer a Nossa Senhora o benefício que recebia. Pensava que seria curada, mas enganei-me; era a minha grande confiança na Mãezinha e em Jesus que me fazia falar. Pensava: se for curada, vou logo, logo para religiosa, pois tinha medo de viver no mundo. Nem sequer visitava a minha família. Queria ser missionária, para baptizar pretinhos e salvar almas a Jesus.

Como não consegui nada, morreram os meus desejos de ser curada e para sempre, sentindo cada vez mais ânsias de amor ao sofrimento e de só pensar em Jesus. (Alexandrina Maria da Costa: Autobiografia)

Sem comentários: