Tal é hoje o estado do meu coração
— Meu
Jesus, Mãezinha, vede a aridez da minha alma, vede o abandono que ela sente do
Céu e da terra. Lançai sobre mim vossos divinos olhares de compaixão. Acudi-me,
acudi-me, não me deixeis morrer de susto no meio das trevas. A minha alma está
tímida com os assaltos do demónio. Quer acusar-me e lançar-me ao rosto tudo o
que há de pior, apresentando-me a minha vida inteira cheia de enganos.
Jesus
não me deixa por muito tempo combater as dúvidas, mas ele enraivecido enche-me
de pavor. Se eu pudesse ter um sacerdote sempre junto de mim! É o meu Paizinho
quem eu quero, pois foi esse que Jesus me prometeu e que os homens me tiraram.
As
aves sínto-as já nos pés, mas como que aborrecidas por não encontrarem que
comer. Vão mexendo e remexendo as poucas cinzas que me restam. Ai, o dia mais
feliz da minha vida é o dia da minha morte! (Alexandrina Maria da Costa: 12 de Maio de 1942)
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