Em Maio oferecia muitas flores à Mãezinha
Quando ia a
passeio com a patroa para o campo, acompanhada com outras meninas, fugia do
convívio delas e ia colher flores que desfolhava para fazer tapetes na igreja
de Nossa Senhora das Dores. Era em Maio e toda me comprazia de ver o altar da
Mãezinha adornado de rosas e cravos e de respirar o perfume dessas flores.
Algumas vezes, oferecia à Mãezinha muitas flores que minha mãe propositadamente
me levava.
O capelão de
Nossa Senhora das Dores organizou várias comissões de meninas para angariar
meios para o culto da mesma capela. Essas comissões espalhavam-se pelas
freguesias vizinhas da Póvoa de Varzim. Eu fui para a Aguçadoura e aceitávamos
tudo o que nos dessem, como batatas, cebolas, etc. Por mais que pedíssemos,
pouco arranjámos e tivemos a má ideia de saltar a um campo e tirámos batatas,
cerca de dois quilogramas. Fui eu uma das que fiz tal acção, enquanto outras
vigiavam. Entregámos as ofertas, não contando nada do que se tinha passado.
(Alexandrina Maria da Costa: Autobiografia)
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