quarta-feira, maio 19, 2021

AMOR À ORAÇÃO

Em Maio oferecia muitas flores à Mãezinha


– À medida que ia crescendo, ia aumentando em mim o desejo da oração. Tudo queria aprender. Ainda conservo as devoções que aprendi na minha infância, como: Lembrai-vos, ó puríssima Virgem Maria, Ó Senhora minha, ó minha Mãe, o oferecimento das obras do dia – Ofereço-Vos, ó meu Deus –, a oração ao Anjo da Guarda, oração a S. José e várias jaculatórias.

Quando ia a passeio com a patroa para o campo, acompanhada com outras meninas, fugia do convívio delas e ia colher flores que desfolhava para fazer tapetes na igreja de Nossa Senhora das Dores. Era em Maio e toda me comprazia de ver o altar da Mãezinha adornado de rosas e cravos e de respirar o perfume dessas flores. Algumas vezes, oferecia à Mãezinha muitas flores que minha mãe propositadamente me levava.

O capelão de Nossa Senhora das Dores organizou várias comissões de meninas para angariar meios para o culto da mesma capela. Essas comissões espalhavam-se pelas freguesias vizinhas da Póvoa de Varzim. Eu fui para a Aguçadoura e aceitávamos tudo o que nos dessem, como batatas, cebolas, etc. Por mais que pedíssemos, pouco arranjámos e tivemos a má ideia de saltar a um campo e tirámos batatas, cerca de dois quilogramas. Fui eu uma das que fiz tal acção, enquanto outras vigiavam. Entregámos as ofertas, não contando nada do que se tinha passado. (Alexandrina Maria da Costa: Autobiografia)

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